25 de dezembro de 2015

O Natal da Xana

O meu nome é Sónia. E o meu nome é Xana. Não tenho um preferido, gosto dos dois mas cada um tem a sua história e a sua sensação em mim. Sónia durante muito tempo era para a escola e o para o mundo. Xana era para a família e para os amigos que cresceram a ouvir a minha família chamar-me Xana. E o Natal para mim é Xana. Toda esta época do ano é Xana e Xana e Xana. 

Eu não sei o que é o Natal para vocês mas eu sei o que é o Natal para a Xana. O Natal para a Xana é uma casa cheia, duas casas cheias, três casas cheias que se misturam entre elas num fluxo muito próprio que não obedece a regras de circulação ou de etiqueta. É um bairro no meio do Porto. É a melhor e mais esperada noite do ano. É um irmão que discute comigo para ver de quem é o presente maior. O tamanho sempre foi importante para nós. A vitória do presente maior antes da meia noite era algo que exaltava ânimos. "Pai, o maior é o meu não é? Mãe, diz-lhe que é o meu!" Era assim até saírmos de casa. Naquele Natal o presente maior foi do meu irmão, uma casa da Playmobil. O meu? A cara do meu irmão a abrir o dele. O estado de choque que sempre o assomava, as lágrimas que ele não aguentava. O meu irmão é um chorão de Natal, um lindo chorão de Natal.

O Natal são pais cheios de recursos, recursos para encontrar um esconderijo diferente para os presentes de Natal TODOS os anos senão alguém ia tentar descobrir o que era.

O Natal é o descer da rua até ao bairro, subir as escadas do bloco da avó, passar na casa da ama, encontrar as pessoas de sempre.

O Natal é gente barulhenta. O Natal é gente que diz asneiras e se ri das asneiras que diz (isto é MUITO importante). O Natal é a casa da ama com o resto da família, os formigos que ela fazia para a Aninhas e que até à semana passada era só uma aletria mais escura, a Sãozinha com aquela sensação de irmã mais velha, o Bú com o ar mais ar de Bú que alguma vez se viu, a Aninhas que resmungava tanto mas não resistia às beijocas da Xana, os postais que a Ama punha no pinheiro e que me faziam pensar em como ela deveria ser uma pessoa especial para tanta gente lhe escrever, os enfeites de Natal que pareciam sempre enfeites de S.João, o amor.

O Natal é a casa da avó também. E as escadas que ligam estas duas casas. E as duas famílias que entram e saem sem pedir nem perguntar. São as portas que já ficavam abertas para facilitar a tarefa. É a Olivinha com a sua broa frita e os sonhos. O senhor Veloso que era o homem mais alto do mundo

O Natal é a avó que "mandava" em toda a gente, a avó regateira. O  Natal é o avô Manel a mostrar a aparelhagem "última moda" que comprou e a letra desenhada que só ele sabe fazer nas etiquetas dos presentes. O Natal é uma tia com uma gargalhada estridente, agora que penso nisso, todos temos uma gargalhada estridente, daquelas que a piada ainda não acabou e já está a saír. O Natal é um tio que divide comigo o queijo da Serra, um queijo só para nós. O Natal são os frutos cristalizados que só eles comem. Natal é um primo cenoura, o meu primo cenoura, mais ninguém tem um primo cenoura como eu e eu orgulho-me disso, mais ninguém tem um primo cenoura que faz o pino em cima do sofá e que conhece tantas músicas que me dá vontade de ser como ele, o meu primo que recebeu uma caixa dentro de uma caixa dentro de outra caixa e mais outra caixa e na caixa mais pequenina estava uma chave e o meu primo sorriu, sorriu muito e eu vi o Natal em toda a gente que sorria com ele, eu vi o Natal em mim enquanto eu sorria sem perceber muito bem o que significava receber um carro no Natal, mas eu tinha a certeza que era muito bom porque eu fazia aquela cara com as Barbies, sim, eu vi o Natal quando ele foi à janela ver o carro branco que ele conduziu durante tantos anos. Acredito que aquele carro durou tanto porque veio com amor e o amor é assim, faz com que tudo resista, tudo dure, até os carros brancos. Eu vejo o Natal nos olhos azuis do meu primo cenoura quando ele olha os olhos cor de azeitona da minha prima L. Eu vejo o Natal nela quando ela sorri ao ver o Natal em nós.

O Natal é outra tia ainda, uma que eu ansiava conhecer e que um dia vi desabrochar e nesse dia quente e longe da Invicta, foi Natal. A minha tia com cheiro a Sol, a Sol e a sal. O meu Natal é um tio que traz o Natal silenciosa e naturalmente de cada vez que joga futebol com a minha prima, quando sem sequer damos conta anda sempre por perto a ver o que elas precisam, eu vejo o Natal em cada um desses momentos e vi o Natal quando ele riu como uma criança enquanto jogava consola comigo. O Natal são as minhas primas pequeninas, as respostas acutilantes da mais nova e o deslumbramento da mais velha enquanto me via maquilhar naquele Natal fora de horas, o meu Natal é vê-las crescer por dentro e por fora e sentir o meu coração encher com cada história, com cada conquista, com cada fotografia.

O Natal é um pai que desenhava o tio Patinhas só a olhar para os meus livros de quadradinhos, é um pai que esculpia moinhos em pedaços de espuma, é um pai que me trazia comida para provar enquanto ele cozinhava.

O Natal é uma mãe que faz tapetes de arroiolos sem ninguém lhe ter ensinado, uma mãe que ouvia música nas alturas enquanto arrumava a casa, uma mãe que volta e meia mudava os móveis todos de sítio.

O Natal é um irmão que só conseguia adormecer quando eu lhe dava a mão, um irmão que desenhava ainda melhor do que o meu pai, um irmão que eu ensinei a sambar e a dançar rumba, um irmão que tem um "crazy mother fucker mode" tal como eu.
Natal é farrapo velho na manhã de dia 25.

O Natal é alguém especial que me diz: "que cheiro bom, cheiras a casa".
Natal é escrever estas coisas todas a pensar em vocês e nos vossos sorrisos enquanto lêem o meu Natal. Natal é vocês serem assim, tão imperfeitos que me matam de amor. Bebam uma jerupiga por mim e continuem a fazer o meu Natal, acreditem que por cá eu estou a fazer o vosso, só ainda não consigo comer fruta cristalizada.
Amo-vos

Feliz Natal
Xana




21 de dezembro de 2015

A música em mim

Há músicas que me dão vontade de morrer. Não, não é um morrer dramático, triste, vazio e cheio de terror, é um morrer diferente, um morrer cheio de qualquer coisa que eu não te sei explicar muito bem mas a palavra que encontro e que mais se aproxima daquilo que quero exprimir é morrer. Há sim, músicas que me dão vontade de morrer como quando me deitava no chão da sala dos meus pais naquelas quentes noites de Verão, a tijoleira fria nas minhas costas quentes, o ar abafado a forçar a entrada pela janela, a Lua que me espreitava, a árvore que me guardava e na aparelhagem Smashing Pumpkins a matar-me doce e suavemente... e que bem me sabiam aquelas mortes, tão gordas, tão ricas, tão cheias, tão gordurosamente salgadas e depois aquele travo doce no final, ah matem-me, matem-me e deixem-me morrer, com os Pumpkins, Portishead ou o Reininho, deixem-me ir como naquelas noites quentes deitada no chão frio da sala da minha adolescência. E que a música me leve para um qualquer lugar entre um lugar e outro porque os verdadeiros lugares, aqueles que realmente importam estão sempre entre um lugar e outro, na soleira de uma porta, na beirada de uma janela, no interstício de um momento, de uma ideia, de algo que brota mas ainda não brotou, é aí, nesse sítio exacto que eu morro lenta e deliciosamente. E esta sensação de morrer é tão viva. Morre comigo. Anda passear nos lugares entre os lugares. Vamos passear.


13 de dezembro de 2015

Embaraçante sem "e"

Puta que pariu as insónias! No auge dos meus 34 anos estou sentada no sofá às oito da manhã a escrever merdas no computador. Ora puta que as pariu! Pareço um caso desesperado visto num qualquer filme rafeiro de domingo à tarde: aqueci a água na minha bouilloire, peguei na minha chávena favorita e pus a mesinha aqui ao meu lado, cházinho (leva acento?) e bolachinhas, a sério?! A sério... e lá fora ainda está escuro o que ainda piora mais toda esta situação de deambulação pela casa (mentalmente estou a rir às gargalhadas com esta cena da deambulação, um dia explico). Puta que pariu as insónias, ainda mais estas que têm um cunho criativo.

Não gostas de asneiras? Pffff havias de ter conhecido a minha avó, ela sim, sabia dizê-las como ninguém, dar-lhes forma, formato e número, entoação, gradiente e função, a minha avó sim, era a Senhora das asneiras, eu não, eu sou só uma aprendiz que ficou a meio do estudo e de vez em quando lança assim umas para o ar tentando no mínimo roçar os calcanhares da Bininha. Ela sim, sabia dizer asneiras como uma lady. Talvez um dia eu seja capaz de o fazer também e pôr os meus netos a rir como ela punha, por enquanto, puta que pariu as insónias!

E sabes o que é que me irrita ainda mais? As pessoas que conseguem dormir enquanto eu estou aqui, acordada e em alerta máximo com a adrenalina a "bombar-me" na cabeça! Sim, o babe dorme, “ca puto de nojo” me mete! Aqueci a água, mexi nas gavetas (mexi bem nas gavetas!!!), fui à casa-de-banho e puxei o autoclismo, nossa!!! Pára tudo! Autoclismo não vos faz lembrar cataclismo??? Estou toda fodida... o mais incrível é que neste caso o nosso autoclismo é quase um cataclismo, já andaram de avião? Sabem o barulho do autoclismo do avião? Certo... o nosso é assim e apesar disto tudo o moço vira para o outro lado e ainda dá o ronquinho do escárnio!!! Eu vejo isto como a maior falta de solidariedade para comigo! E nem vou falar da falta de respeito, vou ficar só pela falta de solidariedade, só tinha de se levantar e estar aqui sentado comigo no sofá a dar-me a mão enquanto eu sofro de falta de sono.

Dá tempo de ouvir o vizinho a tomar banho, o outro vizinho a abrir as persianas, os carros que vão passando lá fora, as teclas do portátil que nesta situação assumem um sonoro incrível, como, mas COMO É QUE AQUELE MOÇO CONSEGUE DORMIR??? Olho para as paredes, penso no milhão de coisas que tenho por fazer e mais nos dez milhões que ainda quero começar a fazer, penso no A, no B e no C, penso naquele momento realmente mbaraçante que me faz encolher os dedinhos dos pés, fico com vontade de fazer panquecas mas não posso porque o moço dorme e a casa tem 18m2 (alguém sabe se dá para escrever o dois como expoente?). Pronto e agora carreguei aqui numa merda qualquer que se quiser voltar atrás para corrigir alguma coisa o cursor come as letras que estão à frente, oh cum caralho!!! Olha, embaraçante vai ficar mesmo assim, sem “e”.

12 de novembro de 2015

Tradições e as Galerias Lafayette

Ontem foi feriado em França, de quê? Deixa cá ver... armistício de 1918, o dia que marcou o fim dos combates da I Guerra Mundial. E o que fazer num feriado em que tenho o J em casa e M também? Montras de Natal, what else? E lá fomos nós contentes da vida e imaginando qual seria a decoração de Natal deste ano, como será a árvore? Qual será o tema? Como serão as luzes? Como, como, como? E neste rebuliço que talvez ocupasse só a minha mente tranquila, dei-me conta de que uma tradição se criou, uma tradição nasceu numa terra que não me pariu e sorri um sorriso agridoce.


As montras estavam lindas, luzes, luzes e mais luzes, nas Galerias Lafayette o tema deste ano é a Guerra das Estrelas, aproveitando seguramente o lançamento do filme para o final deste ano, marketings e cenas, mas quem é que pensa mesmo nisso? Quem é que se detém a pensar em toda uma estratégia quando se vê em frente àquelas vitrines? Quem? Certo... nobody gives a shit. Pensamentos à parte, que "gandas" montras! Tão lindas!




Entre criancinhas e pais e turistas e pisadelas e encontrões e a vontade de os partir a todos, lá fomos ver a dita árvore de Natal e posso dizer-vos que não ficou a dever nadinha às minhas expectativas. É linda, de cima, de lado, de baixo, linda.



Saíndo das Galerias Lafayette e tentando driblar as milhares de tentações que encontramos pelo caminho dirigimo-nos para as galerias Printemps, uma versão das Galerias Lafayette menos frequentada pelos turistas mas que também vale a pena visitar. E pelo terceiro ano consecutivo surge a discussão: quais são as montras mais bonitas deste ano? Lafayette ou Printemps? Ahh não sei, olha que Guerra das Estrelas e tal, mas olha que a montra Louboutin também tinha aquelas coisas sabes? Aquelas coisas giras e até os sapatinhos tinham a sola vermelha, tão giro!



E entre fotos e discussões tornamo-nos cada vez mais parte de uma terra que não é a nossa mas que aos poucos nos vai agarrando. E vocês, de qual gostaram mais?






10 de novembro de 2015

A sábia

Era uma vez uma sábia muito sábia que do alto do seu castelo contemplava as nuvens e os pássaros e via como as nuvens às vezes podem ser pássaros e os pássaros às vezes podem ser nuvens. Do alto do seu castelo ela observava o que se passava em cima e em baixo e também o que se passava dentro.  A cada nova descoberta assomava-se de espanto e admiração, sentia de todas as vezes uma profunda satisfação pelo conhecimento ganho, pequenos grãos de areia que ia juntando num montinho. Lá do alto do seu castelo ela via as pessoas lá em baixo, lá em cima e à sua volta. Sentiu dores, alegrias, paixões que queimavam até à morte e amores que acalmavam sedes eternas. Analisava, sentia, pensava, questionava, duvidava e esperava. Esperava que a solidão de saber terminasse. Esperava que a solidão de perceber fosse aplacada. Esperava que a solidão de sentir o mais negro dos negros e a luz mais luz se esvaísse por entre as suas narinas. E esperava. E esperou. E sentia saudades. Saudades de um abstracto completo, de um imperfeito perfeito. Tantas saudades como o mar que é só nosso, tantas saudades como o fado que embala a noite dos poetas sofridos. Saudade, tanta saudade. E ela esperou e preparou-se, preparou-se sem saber mas sentindo, foi-se despindo de medos que jamais permitiriam que ela matasse as saudades mas guardou outros que só poderiam ser salvos se a saudade terminasse. E ela esperou e chorou enquanto esperava. E ela esperou e sorriu enquanto esperava. E um dia ela sentiu o formigueiro na ponta dos dedos, sentiu excitação no coração, sentiu o estômago embrulhar-se com a perspectiva de um encontro, de um momento. E ela foi sem saber como ia ser mas sentindo, abafou todas as expectativas e quase todos os medos e foi. Sentou-se e conseguiu dizer o que há muito se calava na voz, tenho saudades. Tinha tantas saudades. Doeu-me tanto aqui chegar. E a sabia percebeu que também era velha, velha de saudades, velha de dores, velha de lágrimas e num raro momento deixou de lado um dos seus medos, o de ser velha e sábia. E no círculo de retalhos sentiu um lugar que não era de ninguém e não podia ser de qualquer um. Sentiu o seu lugar. Não era de mais ninguém era seu. Não o roubou nem substituiu ninguém, era apenas o seu com o encaixe perfeito do seu sentir, da sua dor, da sua alegria, dos seus medos, dos seus dons, das suas falhas, das suas cores. Ela sentou-se e olhou em volta e fez o que melhor sabe fazer, observou e sentiu e analisou e chorou e sorriu. Sentiu as sombras e a luz, a impaciência e a perseverança, a dor e o amor, a revolta e a aceitação, a incompreensão e a compreensão, o medo e a fé, a raiva e o amor, a solidão e o aconchego, a dúvida e a questão, a vergonha e o desembaraço. E não teve medo de sentir. E não teve medo de se deixar sentir. Sentiu-se pequenina e sentiu-se grande. Embalou e deixou-se embalar. E no fim só um pensamento, ESTOU ESPANTADA! Estou profunda e imensamente espantada. Grata a cada uma das partes deste corpo por ser, fazer e sentir. Grata a cada uma das partes deste corpo por ocupar o seu lugar. Grata por terem cantado tão alto que do topo do meu castelo eu ouvi-vos chamarem por mim. Ahei!

Para vocês com Amor


Fala-me de ti, diz-me onde te dói, não precisas dizer porquê basta que me digas onde e do resto trato eu, não te preocupes. Então, vais dizer? Ou vais continuar a calar? Fala-me, diz-me, grita-me! Abre a tua boca até às goelas e mostra-me onde!
Fala-me avó da neta que te abandonou, fala-me mãe do pai que te traiu, fala-me filha da mãe que te odiou. Conta-me da tua dor de parir e da dor de não o fazer. Mostra-me em que sítio te queimou o veneno da irmã que te inveja. Faz-me saber do filho que te sugou. Canta-me a lágrima que te secou. Explica-me o que foi ser filha da mãe e filha da puta. Deixa que te toque onde te dói, deixa que o meu dedo podre afague a tua ferida. Deixa que o meu colo carregue essa solidão milenar, essa insegurança ancestral, deixa que os meus dedos desonrolem a tua língua e libertem todas as pragas que calaste. Deixa que o meu beijo acorde o fogo no teu coração.
Filha, irmã, tia, sobrinha, mãe, avó, amiga, deixa-me ser em ti e tu serás em mim e aos poucos, juntas, mão na mão, ferida com ferida, vamos entrançar a dor que carregas e dar-lhe uma cor, uma forma e nessa dor vamos navegar juntas e resgatar cada onça de poder perdido, esquecido, fugido e vamos colá-lo numa linda manta de retalhos onde as tuas irmãs, filhas e netas se vão sentar enquanto tu lhes mostras como se navegam essas águas que te negaram por tanto, tanto tempo. Diz-me onde te dói.

6 de novembro de 2015

Gotas de chuva

Hoje tive oportunidade de ler a história de um rapazinho que sensibilizado pela falta de água em África resolveu ajudar. Resumidamente, começou a fazer pequenos trabalhos na casa de vizinhos e familiares e doou esse dinheiro a uma associação que com as doações abria poços perto das vilas. A sua acção teve uma reacção que eu acredito não ter sido preconizada pelo pequeno rapaz, os seus amigos e vizinhos decidiram fazer o mesmo. Isto faz-me lembrar um pensamento que eu tenho de cada vez que ando de carro quando chove, e se nós formos como as gotas que estão na janela do carro? Uma gotinha empurrada pelo vento que vai agregando outras tantas na sua passagem transformando-se num pequeno veio de água à medida que vai agregando mais e mais gotinhas todas elas tão pequeninas? E se a nossa acção for como o vento que a empurra na direcção das outras? E se afinal aquilo que nós fazemos for importante? Realmente importante, não aquela balela que ouvimos para trabalhar a insegurança, tipo importante como um prego que segura a perna de uma cama? E se nos mentiram de todas as vezes que nos disseram que não podemos mudar o mundo? Não sei... mas espero bem que não me tenham mentido e eu seja realmente insignificante caso contrário vou ficar muito fodida.
Pensamento encontrado por acaso em InSónias (é melhor voltar a fechar os olhos)